Brasil é 2º país latino com mais indicações aos principais prêmios do cinema

estudos divulgados
País acumula 88 nomeações e 6 troféus. México lidera ranking, com 91 indicações e 8 vitórias, enquanto Argentina registra 83 nomeações e 7 ganhadores

Principais números

  • Com 88 nomeações e 77 filmes, Brasil é 2º país latino com mais indicações aos principais prêmios do cinema;
  • Com 6 vitórias — sendo 3 de Central do Brasil —, país é o 3º latino mais premiado, atrás do México (8) e da Argentina (7);

    Central do Brasil e Ainda estou aqui são filmes nacionais com mais indicações; diretor dos dois, Walter Salles lidera nomeações como cineasta brasileiro;

    Roma é o filme latino mais premiado; entre os países da América Latina, apenas México, Argentina e Chile ganharam Oscar ao menos uma vez;

    Palma de Ouro, do Festival de Cannes, é a premiação que mais nomeou obras latinas, mas Bafta e Globo de Ouro acumulam mais vencedores.

O Brasil é o 2º país latinoamericano com mais indicações aos principais prêmios do cinema, com 88 registros e 6 vitórias, revela levantamento inédito da Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados. Com 91 nomeações e 8 troféus, o México fica no topo do ranking. Já a Argentina acumula 83 indicações e 7 ganhadores. Um mesmo filme pode ter sido vitorioso em mais de uma premiação analisada e contabilizado na lista de mais de um país nos casos de coprodução.

Foram analisados todos registros históricos disponíveis das seguintes premiações e categorias:

  • Oscar – Melhor Filme Internacional;
  • Bafta – Melhor filme em língua não inglesa;
  • Globo de Ouro – Melhor filme em língua não inglesa;
  • Palma de Ouro – prêmio máximo do Festival de Cannes;
  • Leão de Ouro – prêmio máximo do Festival Internacional de Cinema de Veneza;
  • Urso de Ouro – prêmio máximo do Festival Internacional de Cinema de Berlim

Vencedor do Bafta, do Globo de Ouro e do Urso de Ouro, Central do Brasil (1998), dirigido por Walter Salles, é o filme brasileiro mais premiado até hoje. Do mesmo diretor, Diários de Motocicleta ganhou o Bafta de Melhor filme em língua não inglesa em 2005. Tropa de Elite, de José Padilha, venceu o Urso de Ouro em 1998 e o Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, a Palma de Ouro em 1962.

Além de mais premiado, Central do Brasil é também o longa-metragem brasileiro com mais indicações, empatado com Ainda Estou Aqui, ambos com 4 indicações cada e com o mesmo diretor. Abril Despedaçado, também de Walter Salles, aparece com 3 nomeações, assim como Cidade de Deus, de Fernando Meirelles.

Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, publicado em 2015, Ainda Estou Aqui narra a prisão e desaparecimento de Rubens Paiva, pai do escritor, pelo regime militar, em 1971. O deputado com mandato cassado em 1964 é uma das principais vítimas da ditadura. O foco do longa-metragem é na história de Eunice Paiva em busca do marido e, mais tarde, pelo reconhecimento pelo Estado brasileiro de sua tortura e morte, declarada oficialmente em 1996.

Além de concorrer ao Oscar, a obra foi indicada para o Bafta, Globo de Ouro e Leão de Ouro. Fernanda Torres venceu o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Drama em janeiro e disputa o prêmio de Melhor Atriz no Oscar.

Ao todo, 77 longa-metragens brasileiros foram indicados para as 6 premiações analisadas. Na lista estão Bacurau, Carandiru, Eles Não Usam Black-Tie, Terra em Transe e Deus e o Diabo na Terra do Sol, dentre outros.

Com 6 obras na lista, Salles é o diretor brasileiro com mais indicações a  essas premiações. As únicas mulheres cineastas brasileiras indicadas são:

  • Patrícia Moran, diretora de Plano Sequência, que concorreu ao Urso de Ouro em 2003;
  • Flávia Moraes, diretora de O brinco, indicado ao mesmo prêmio em 1990; e
  • Regina Jeha, por Curumins e Cunhantas, que concorreu à mesma premiação em 1982.

 Nacionalidade dos filmes premiados

As premiações adotam diferentes critérios para definir a nacionalidade de um filme, incluindo idioma em que é falado, local de produção, produção executiva e financiamento. No Oscar, para concorrer a Melhor Filme Internacional, um país deve submeter um único filme falado majoritariamente em um idioma que não seja o inglês e produzido fora dos Estados Unidos. Também americano, o Globo de Ouro adota critério semelhante para disputa de Melhor filme em língua não inglesa, mas não há limitação de uma única obra por país.

A categoria Melhor Filme de Língua Não Inglesa do British Academy of Film and Television Arts, conhecido como Bafta, também funciona de forma semelhante e são admitidas coproduções. Já os festivais de Veneza e de Berlim consideram, principalmente, a produção e o financiamento. Filmes coproduzidos por vários países podem ter nacionalidade múltipla.

Esses dois critérios também são avaliados por Cannes, que inclui ainda a nacionalidade do diretor ou diretora. Desde 1975, o Palma de Ouro se tornou símbolo do festival e é destinado ao diretor do melhor filme.

Dirigido pelo brasileiro Walter Salles, mas produzido pelo Brasil e pela Argentina, Diários de Motocicleta foi considerado coprodução por Cannes em 2004 e pelo Bafta em 2005, mas brasileiro pelo Globo de Ouro. Coração Iluminado concorreu à Palma de Ouro como produção entre Brasil e Argentina em 1998. O longa é dirigido por Hector Babenco, argentino com dupla nacionalidade brasileira. Outros 3 filmes de Babenco, incluindo  Carandiru e O Beijo da Mulher-Aranha, foram considerados brasileiros.

Nascido em Moçambique, o cineasta Ruy Guerra está radicado no Brasil desde 1958 e dirigiu 4 filmes considerados brasileiros indicados às premiações analisadas e um mexicano.

Roma é filme latino mais premiado

Dirigido pelo mexicano Alfonso Cuarón, Roma (2018) é o filme latinoamericano mais premiado, de acordo com o levantamento da Nexus, acumulando 4 troféus (Oscar, Globo de Ouro, Leão de Ouro e Bafta).

Em 2º lugar, está Central do Brasil e, em 3º, o argentino A História Oficial (1985), de Luis Puenzo, vencedor do Oscar e do Globo de Ouro.

Argentina e México são os únicos países latinos a ganharem o Oscar de Melhor Filme Internacional, além do Chile, vencedor em 2017 com Uma Mulher Fantástica, de Sebastián Lelio. A Argentina é o único país latino a conquistar esse título duas vezes, sendo a segunda em 2008, com O Segredo de seus Olhos, de Juan José Campanella.

Palma de Ouro lidera nomeações de filmes latinos

Dentro das 6 premiações analisadas, a Palma de Ouro, prêmio máximo do Festival de Cannes, iniciado em 1946, é a que mais acumula indicações de países latinos, somando 120 e 2 vencedores. Em segundo lugar, o Urso de Ouro, que teve início em 1951, contabiliza 78 nomeações e 3 vitoriosos. O Leão de Ouro soma 47 indicações e 2 vencedores, desde 1932.

Já o Bafta, iniciado em 1947, e o Globo de Ouro, que começou em 1944, são os que mais premiaram obras latinas. Foram 6 vitoriosos em cada premiação, sendo que no Bafta os longa-metragens desses países são 13 e no Globo de Ouro são 29. No Oscar, original de 1929, são 27 nomeações e 4 vencedores.

Metodologia

O levantamento foi feito com base nos sites oficiais dos festivais e no The Internet Movie Database (IMDb) no caso dos nomeados ao Leão de Ouro, uma vez que esses dados não estavam disponíveis no site oficial do Festival Internacional de Cinema de Veneza.

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