Direita prevalece em todos segmentos entre eleitores brasileiros

estudos divulgados

Maior pesquisa sobre o tema no Brasil revela o que pensa o eleitor de acordo com renda familiar, escolaridade, raça, gênero, religião e Unidade da Federação onde mora

A preferência pela direita prevalece entre os eleitores brasileiros que se identificam com algum posicionamento político, independentemente da renda familiar, escolaridade, raça, gênero e unidade da Federação onde mora. São 29% que se identificam com esse espectro político, seguidos por 15% que se denominam de esquerda e 11% de centro. Os três grupos somam 55%. Outros 40% não se identificam com nenhum posicionamento político e 6% não sabem ou não quiseram responder.

Os dados são do Panorama Político 2024, maior pesquisa sobre o tema no Brasil, feita pelo DataSenado em parceria com a Nexus, área de Pesquisa e Inteligência de Dados da FSB Holding. Foram entrevistados 21.808 brasileiros de todas as 27 unidades da Federação entre 5 e 28 de junho. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro média nas respostas para dados nacionais é de 1,22 ponto porcentual.

“Os números mostram um amplo panorama do perfil do eleitor brasileiro e permitem entender como diversos fatores, como religião, renda familiar e escolaridade, impactam no posicionamento político. Embora haja diferenças entre os segmentos, em todos a direita prevalece, à frente da esquerda e do centro, com exceção do grupo sem religião ou de brasileiros de religiões que não são a católica ou a evangélica”, afirma Marcelo Tokarski, CEO da Nexus.

Entre os evangélicos, 35% se consideram de direita, 9% de centro e 8% de esquerda. Entre os católicos, são 28% de direita, 15% de esquerda e 10% de centro. Já no grupo “outras/sem religião”, tanto direita quanto esquerda alcançam 21%, seguidas por 13% de centro. Nesses três segmentos, prevalecem os que não se identificam com nenhum dos três posicionamentos. (Gráfico página 8)

Para Elga Lopes, analista de opinião pública do DataSenado, o diagnóstico é especialmente relevante considerando a proximidade das eleições municipais. “Ainda que as preferências ideológicas sejam um tema de destaque no debate público recente, chama atenção o elevado desinteresse do eleitor brasileiro pelos três principais espectros políticos. É expressiva a fatia da população que não se identifica com nenhum deles”, afirma.

Preferência pela direita é mais recorrente entre homens brancos

Entre as mulheres, o percentual que não se identifica com nenhuma ideologia chega a 46%, diante de 34% dos homens. No grupo dos eleitores masculinos, 34% se consideram de direita, contra apenas 24% das brasileiras. A preferência pela direita também é mais recorrente entre brancos (32%) do que entre brasileiros autodeclarados pretos, pardos ou indígenas (26%).

Tanto a renda quanto a escolaridade também afetam o posicionamento político dos eleitores. A falta de preferência é mais comum entre aqueles com renda de até dois salários mínimos (47%) e reduz gradativamente até chegar a 21% no grupo com renda acima de seis salários mínimos. Em todas as faixas, a direita supera tanto o centro quanto a esquerda, registrando apoio de 25% entre os mais pobres e 37% entre os mais ricos. (Gráfico página 9)

Quanto maior a escolaridade, mais frequente é a escolha por um dos três espectros políticos. O percentual de eleitores sem preferência cai de 45% entre aqueles com até ensino fundamental incompleto para 28% entre os que têm ensino superior incompleto. Neste último grupo, outros 31% se declaram de direita, 21% de esquerda e 17% de centro.

Rondônia, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso têm mais eleitores de direita

Rondônia lidera a recorrência de eleitores de direita, com 41%, seguida por Santa Catarina, com 37%. Paraná e Mato Grosso ocupam a terceira posição, com 36%. Já Pernambuco e Rio Grande do Norte lideram o ranking de eleitores que se consideram de esquerda, ambos com 18%, seguidos pelo Ceará, com 17%. Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio de Janeiro e São Paulo ocupam o terceiro lugar, com 16%. A média nacional é de 15%. (Gráfico página 5)

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