Principais dados da pesquisa:
- Nordeste (74%) e Sudeste (66%) são quem mais apoiam a redução da jornada, acima da média nacional de 65%;
- PEC 6×1 tem mais adeptos do que contrários em todas as regiões;
- País se divide sobre impacto econômico da proposta: no Sudeste, Nordeste e Norte, prevalece a visão de que seria mais benéfica e, no Sul e Centro Oeste, de que haveria prejuízos;
- Sudeste é quem mais acredita que menos horas trabalhadas trariam benefícios para produtividade (59%), seguido pelo Nordeste (56%), ambos acima da média nacional de 55%.
O Nordeste é a região brasileira mais favorável à redução da jornada máxima de trabalho no Brasil, hoje de 44 horas semanais. Ao todo, 74% dos nordestinos são favoráveis à mudança na Constituição e 19% são contra. No cenário nacional, são 65% a favor e 27% contrários. Os dados inéditos são da pesquisa “Os brasileiros e a jornada de trabalho”, feita pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados.
Em segundo lugar no apoio ao fim da escala em que se trabalha 6 dias e se descansa 1, está o Sudeste, com 66%. No Norte, o percentual cai para 59%. São ainda 57% no Centro Oeste e 56% no Sul. Neste último, 36% da população afirmaram ser contra a proposta e 4% não são nem a favor, nem contra.
Tabela de aprovação da diminuição de horas máximas trabalhadas por região + nacional
PEC 6×1 tem mais adeptos do que contrários em todas as regiões
O Nordeste e o Sudeste também têm a maior parcela dos brasileiros favoráveis à proposta de emenda à Constituição que prevê a redução da jornada máxima de trabalho para 36 horas sem redução no salário. 67% dos nordestinos e 64% dos sudestinos apoiam a PEC 6×1, ambos acima dos 63% da média nacional. Já o Sul reúne o menor índice de aprovação da medida, são 55% favoráveis. No Centro-Oeste são 57% os que concordam com a mudança e no Norte, 60%.
Tabela por regiões da PEC 6×1
Em geral, 42% acreditam que trabalhar 4 dias por semana e folgar 3, sem redução do salário, traria impactos positivos para o país. Outros 30% apontam impactos negativos e 22% que não faria diferença. O Sul é a única região em que a maioria dos moradores pensa que essa jornada reduzida seria mais negativa (40%) do que positiva (36%). Outros 18% afirmaram ser indiferente. O Sudeste (46%) e o Nordeste (43%) concentram o maior percentual da população otimista em relação às mudanças na jornada de trabalho.
País se divide sobre impacto econômico do fim da escala 6×1
Em relação ao impacto da redução das horas trabalhadas para o desenvolvimento econômico, o país se divide. No cenário nacional, 40% acreditam em benefícios, 27% em prejuízos e 27% que não faria diferença. No Sudeste, Nordeste e Norte, prevalece a visão de que a medida seria mais benéfica. São respectivamente, 43%, 42% e 34% que veem benefícios. Já no Sul e Centro Oeste, o entendimento predominante é de que haveria prejuízos. Essa é a opinião de 35% dos moradores de ambas as regiões.
No geral, quem vive no Nordeste e no Sudeste do país tende a enxergar mais benefícios na redução da jornada tanto para o Brasil, quanto para os trabalhadores. Levando em conta toda população brasileira, 45% acreditam que uma carga de trabalho menor traria benefícios sociais para o país contra 24% que creem em possíveis prejuízos. No Nordeste, 49% veem benefícios e no Sudeste, 47%. Já o patamar das outras regiões é cerca de 10 pontos percentuais abaixo, registrando 39% no Centro-Oeste, 38% no Sul e 36% no Norte. Em todas regiões, os percentuais de benefícios são superiores aos de prejuízos.
A qualidade de vida dos trabalhadores é a área em que os brasileiros acreditam que haverá mais benefícios (65%) com a redução da jornada de trabalho. Outros 15% responderam que trabalhar menos não faria diferença e 16% que traria prejuízos. No Sudeste, são 71% os que veem benefícios, única região acima da média nacional. Já o Centro-Oeste, com 56%, é a região que menos vê o impacto positivo e a que mais vê prejuízos (22%).
Tabela de benefícios e prejuízos econômicos por região
Em relação à produtividade, o Sudeste é quem mais acredita que menos horas trabalhadas trariam benefícios (59%), seguido pelo Nordeste (56%), ambos acima da média nacional de 55%. Em todas as regiões, a parcela que vê impactos positivos é maior do que a que acredita em prejuízos nesse tema, mas o otimismo é menor nas outras três regiões do país. São 50% no Sul, 49% do Centro-Oeste e 48% no Norte.
Em todas as regiões, o dia a mais de descanso seria usado, principalmente, com a família. O tempo de qualidade em casa foi citado por 49% dos nordestinos, 47% dos moradores do Sudeste e do Sul e 46% dos que vivem no Norte e Centro-Oeste como prioridade.
Em seguida, para os moradores do Sul (27%), do Norte (23%) e do Sudeste (22%), o dia livre seria usado para renda extra. Já em segundo lugar para 31% dos moradores do Nordeste, um dia a menos de trabalho significaria mais cuidado com a própria saúde, assim como para quem vive no Centro-Oeste (25%). 19% dos moradores de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal disseram ainda que investiriam em cursos e capacitações profissionais, prioridade também para 18% dos sudestinos e 17% dos sulistas.
Tabela o que faria com um dia a mais de folga por região
PEC da escala 6×1
A chamada PEC 6×1, projeto de autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), foi apresentada na Câmara dos Deputados no fim do ano passado e protocolada na última terça-feira (25). A parlamentar afirmou que busca agora um relator que não seja de esquerda para unir o Congresso em torno da pauta. O texto da PEC altera a Constituição, que estabelece que a duração do trabalho normal não pode ser superior a 44 horas semanais, sem reduzir a remuneração.
Metodologia
A Nexus entrevistou, face a face, 2.000 cidadãos com idade a partir de 16 anos, nas 27 Unidades da Federação, entre 10 e 15 de janeiro. A margem de erro no total da amostra é de 2 p.p, com intervalo de confiança de 95%.
CONTATO PARA A IMPRENSA
Rodrigo Caetano – (61) 99961-3021
Marcella Fernandes – (61) 99154-4947
Lara de Faria – (21) 99233-4558